29/11/2008

* 2008 - DOADOR DE SANGUE - Doe vida

Por medo ou algum tipo de preconceito, muitas pessoas deixam de doar sangue e conseqüentemente deixam de salvar vidas. No dia 25 de novembro é a data que marca o Dia Nacional do Doador de Sangue. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) o ideal é que 5% da população doe sangue pelo menos uma vez ao ano. No Brasil, essa taxa é de apenas 2%. Os bancos de sangue de todo o país estão sempre com déficit de abastecimento e uma das causas do problema é a falta de informação da maioria das pessoas.
OS REQUISITOS PARA DOAÇÃO SÃO:

- Estar em boas condições de saúde.

- Ter entre 18 e 65 anos e pesar mais que 50 kg.

- Não estar em jejum. Se tiver almoçado, aguardar no mínimo 2 horas para doar. Se o alimento for muito gorduroso aguardar até 4 horas.

- Ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas.

- Não ter ingerido bebida alcoólica no dia da doação.

- Não ter feito doação de sangue há menos de 2 meses (homem) e há menos de 3 meses (mulher).

- Apresentar RG ou documento oficial com foto.

NÃO PODE DOAR A PESSOA QUE:

- Estiver com gripe, febre ou infecção.

- For portador de sífilis, malária ou doença de chagas.

- For alcoólatra ou tiver ingerido álcool há menos de oito horas.

- Usuários de drogas injetáveis.

- Tiver contraído hepatite após os 10 anos de idade.

O ato de doar é simples e dura menos de dez minutos. A doação é segura e confiável. É importante desmistificar a idéia de que doar "purifica" o sangue, engorda ou emagrece, atrapalha o desempenho sexual e principalmente torna o indivíduo "habituado" obrigando-o a doar sempre.

Desde 1964, em Decreto promulgado pelo Presidente Castello Branco, o Dia Nacional do Doador Voluntário de Sangue é comemorado no mês de novembro, dia 25.

HISTÓRIA DO SANGUE

A crença de que o sangue que dá e sustenta a vida também é capaz de salvá-la vem de tempos remotos. Entretanto, foram necessários séculos e séculos de estudos e pesquisas para a ciência descobrir sua real importância e dar a ele uso adequado. Até chegar esse dia, prevaleceram as práticas fundamentadas na intuição e no senso comum. Conta-se que, na Grécia antiga, os nobres bebiam o sangue de gladiadores mortos na arena, a fim de obterem a cura de diversos males, entre eles a epilepsia. Defendendo a sangria na cura de qualquer doença, o médico grego Galeno, reportando-se à teoria de Hipócrates, também concluiu pela existência de quatro humores no corpo humano: o sangue, a bile amarela, a bile negra e a fleuma. Em 1492, no Século 15, para se curar de grave enfermidade, o papa Inocêncio VIII foi convencido a ingerir o sangue de três jovens que acabaram morrendo anêmicos, sem que se conseguisse restabelecer a saúde do pontífice.

AS TRANSFUSÕES DE SANGUE TIVERAM INÍCIO NO SÉCULO 17

Realizadas experimentalmente em animais, a primeira transfusão de sangue é atribuída a Richard Lower em demonstração realizada em Oxford, em 1665. A primeira experiência em ser humano aconteceu dois anos mais tarde, em 1667, em Paris. Seu autor foi Jean Baptiste Denis, professor de filosofia e matemática em Montpellier e médico do rei Luis XIV. Tomando um tubo de prata, Denis infundiu um copo de sangue de carneiro em Antoine Mauroy, de 34 anos, doente mental que perambulava nu pelas ruas da cidade. Conta-se que após resistir a duas transfusões, Mauroy teria falecido provavelmente em conseqüência da terceira. Um fato curioso: as transfusões de sangue nessa época eram heterólogas, isto é, com sangue de animais de espécies diferentes. Denis defendia a prática argumentando que, ao contrário do humano, o sangue de animais estaria menos contaminado de vícios e paixões. Considerada criminosa, a transfusão heteróloga foi proibida na Faculdade de Medicina de Paris e, posteriormente, na de Roma (Itália) e na Royal Society, da Inglaterra.

AS TRANSFUSÕES COM SANGUE HUMANO DATAM DO SÉCULO 19

Embora proibidas, as experiências não foram de todo abandonadas. Em 1788 (Século 18), após tentativas fracassadas com transfusões heterólogas, Pontick e Landois obtiveram resultados positivos realizando transfusões homólogas (entre animais da mesma espécie), concluindo que elas poderiam ser benéficas e inclusive salvar vidas. A primeira transfusão com sangue humano é atribuída a James Blundell, em 1818 que, após realizar com sucesso experimentos em animais, transfundiu sangue humano em mulheres com hemorragia pós-parto.

O QUE É SANGUE?

O sangue carrega nutrientes, gases e produtos do metabolismo das células. Até os dias de hoje não existe nenhum substituto para o sangue. Doadores são a única fonte de sangue para os pacientes que dele necessitam. O sangue possui uma parte líquida denominada plasma e uma parte celular composta de glóbulos vermelhos ou hemácias, glóbulos brancos ou leucócitos e plaquetas. As células do sangue são produzidas na medula dos ossos, especialmente nos ossos chatos como vértebras, costelas e esterno. Essas células são essenciais para a vida, pois são responsáveis pelo transporte do oxigênio aos tecidos, pelo controle das infecções do organismo e por ajudar no controle de sangramento. Uma unidade de sangue doada pode ser separada em: glóbulos vermelhos ou hemácias, plaquetas, plasma, e crioprecipitado (componentes não celulares).

PLASMA

O plasma é a parte líquida do sangue. Sua função é transportar água e nutrientes para todos os tecidos do organismo. O plasma também contém sais minerais, proteínas relacionadas com a coagulação do sangue (fatores da coagulação) e com a defesa contra infecções (imunoglobulinas), hormônios, enzimas e as células do sangue.

GLÓBULOS VERMELHOS OU HEMÁCIAS

As hemácias são células anucleadas e possuem a forma de um disco bicôncavo. Contêm no seu interior uma proteína chamada hemoglobina a qual é responsável pelo transporte do oxigênio do pulmão a todas as partes do organismo e do gás carbônico dos tecidos para os pulmões. A anemia resulta da alteração estrutural ou diminuição do número de glóbulos vermelhos ou da redução da quantidade de hemoglobina presente no seu interior.

GLÓBULOS BRANCOS OU LEUCÓCITOS

São os leucócitos as células de defesa do nosso organismo contra infecções. Eles possuem a capacidade de migrar do sangue para os tecidos e combater microorganismos que invadem o corpo. A diminuição do número de leucócitos ou a alteração da sua função deixa o organismo suscetível a múltiplas infecções.

PLAQUETAS

As plaquetas são pequenos fragmentos celulares presentes no sangue que contribuem para a parada do sangramento após um ferimento. Pacientes com diminuição do número de plaquetas ou que possuem plaquetas com função prejudicada têm risco aumentado de hemorragia. O sangue é produzido na medula óssea dos ossos chatos, vértebras, costelas, quadril, crânio e esterno. Nas crianças, também os ossos longos como o fêmur produzem sangue.

TIPOS DE SANGUE

O sangue humano é classificado em grupos e subgrupos, sendo os mais importantes o ABO (A, B, AB e O) e o Rh(positivo e negativo).

No Brasil, os grupos sanguíneos mais comuns são o O e o A. Juntos eles abrangem 87% de nossa população. O grupo B contribui com 10% e o AB com apenas 3%.

O sangue O Negativo é conhecido como universal. Pode ser transfundido em qualquer pessoa. Mas apenas 9% dos brasileiros possuem esse tipo sanguíneo. É muito utilizado pelos hospitais pois é o sangue que salva em situações de emergência.

O O Positivo é o sangue mais utilizado no Brasil. O estoque de um hemocentro deve ter, no mínimo, 50% desse tipo sanguíneo.

GRUPO SANGÜÍNEO ABO E FATOR RH

A DESCOBERTA DO SISTEMA DE GRUPO SANGÜÍNEO ABO

Em 1900, final do Século 19, o imunologista austríaco, Karl Landsteiner, observou que o soro do sangue de uma pessoa muitas vezes coagula ao ser misturado com o de outra, descobrindo o primeiro e mais importante sistema de grupo sangüíneo existente no organismo: o ABO.

O SANGUE POSSUI ANTÍGENOS E ANTICORPOS

Existem em nosso sangue certos tipos de glóbulos brancos, chamados linfócitos, cuja função é produzir proteínas especiais denominadas anticorpos. Quando microorganismos ou substâncias estranhas, denominadas genericamente antígenos, penetram em nosso corpo, os linfócitos entram em ação e passam a produzir anticorpos contra os invasores. Em geral, a reação do anticorpo com o antígeno acaba causando a destruição ou a inativação dos antígenos. Essa reação de defesa é fundamental para proteger nosso organismo contra o constante assédio de microorganismos causadores de doenças.
INCOMPATIBILIDADE SANGÜÍNEA NO SISTEMA ABO
Landsteiner percebeu que as hemácias ou glóbulos vermelhos do sangue podem ter, ou não, aderidos em suas membranas, dois tipos de antígenos, A e B, nos quais podem existir quatro tipos de hemácias:
• A: apresentam apenas antígeno A;
• B: apresentam apenas antígeno B;
• AB: apresentam antígenos A e B;
• O: não apresentam nenhum dos dois antígenos.
No plasma podem existir, ou não, dois tipos de anticorpos: Anti-A e Anti-B.
Assim:
• o indivíduo de sangue tipo A não produz anticorpos Anti-A, mas é capaz de produzir anticorpos Anti-B, uma vez que o antígeno B lhe é estranho;
• o indivíduo de sangue tipo B não produz anticorpos Anti-B, mas é capaz de produzir anticorpos Anti-A, uma vez que o antígeno A lhe é estranho;
• o indivíduo AB não produz nenhum dos dois anticorpos pois os dois antígenos lhe são familiares;
• o indivíduo O é capaz de produzir anticorpos Anti-A e Anti-B, pois não apresenta em suas hemácias antígenos A e B.
A primeira transfusão precedida de exame de compatiblidade ABO foi realizada em 1907, por Reuben Ottenberg. No entanto, esse procedimento só passou a ser utilizado em larga escala a partir da Primeira Guerra Mundial (1914 - 1918).
O SISTEMA DE GRUPO SANGÜÍNEO RH
Quase quatro décadas após a descoberta do sistema de grupo sangüíneo ABO, outro fato que revolucionou a prática da medicina transfusional foi a identificação, também em humanos, do fator Rh, observado no sangue de macacos Rhesus.
Na população branca, cerca de 85% das pessoas possuem o fator Rh nas hemácias, sendo por isso chamados de Rh+ (Rh positivos). Os 15% restantes que não o possuem são chamados de Rh- (Rh negativos).
INCOMPATIBILIDADE SANGÜÍNEA NO SISTEMA RH

É importante conhecer o tipo sangüíneo em relação ao sistema Rh, pois também nesse caso podem ocorrer reações de incompatibilidade em transfusões de sangue.

Um indivíduo Rh negativo só deve receber transfusão de sangue Rh negativo. Caso receba sangue Rh positivo, haverá sua sensibilização e a formação de anticorpos Anti-Rh.

ERITROBLASTOSE FETAL

Os anticorpos Anti-Rh são responsáveis por uma doença conhecida como eritroblastose fetal ou doença hemolítica do recém-nascido, que decorre da incompatibilidade sangüínea entre a mãe e o feto (ela Rh- e ele Rh+), resultando na destruição das hemácias do feto pelos anticorpos Anti-Rh produzidos pela mãe. Em 1951, eram conhecidos nove sistemas de grupos sangüíneos: Atualmente, são 23.

CURIOSIDADES

1. A cada dois segundos, algum paciente necessita de transfusão de sangue no Brasil

2. Cerca de 1 em cada 5 pessoas que são internadas no Hospital, necessitarão de transfusão de sangue durante o período em que permanecerem internadas

3. Três é o número de vidas que são salvas com cada doação de sangue

4. O sangue representa cerca de 7% do peso corporal de um indivíduo adulto

5. O volume total de sangue a ser doado não pode exceder 8 ml / kg de peso para as mulheres e 9 ml / kg de peso para os homens. O volume máximo admitido para uma doação é de 450 ml ± 50 ml, aos quais podem ser acrescidos de até 30 ml para realização dos exames laboratoriais exigidos pelas leis e normas técnicas

6. A doação de sangue não engrossa nem afina o sangue

7. Doando sangue você não ganha nem perde peso

8. Mulheres podem doar sangue mesmo no período menstrual

9. A doação de sangue não oferece ao doador nenhum risco de contrair doenças infecciosas. Portanto, você não corre risco de contrair AIDS ou Hepatite com a doação de sangue

10. Todo o processo de doação de sangue dura cerca de uma hora.

11. O sangue doado é testado para seis doenças infecciosas transmissíveis pelo sangue: Hepatite B, Hepatite C, HIV, HTLV, Sífilis e Doença de Chagas

12. Plasma é a parte líquida do sangue e corresponde a cerca de 55% do seu volume. Os outros 45% do volume do sangue é representado pelas células: glóbulos vermelhos, plaquetas e glóbulos brancos

13. Glóbulos vermelhos ou hemácias são células que têm a função de transportar oxigênio dos pulmões para os tecidos e gás carbônico dos tecidos para os pulmões. São estas células que dão a cor vermelha ao sangue

14. As plaquetas são pequenos fragmentos celulares cuja função é ajudar na interrupção de sangramentos

15. Os glóbulos brancos ou leucócitos são células responsáveis pela defesa do organismo contra infecções

16. Todas as células do sangue são produzidas na medula dos ossos, principalmente nos ossos chatos

17. A duração de um concentrado de hemácias varia de 35 a 42 dias

18. A duração de um concentrado de plaquetas é de apenas 5 dias

19. A duração de uma unidade de plasma varia de 1 a 5 anos

20. Aférese é um tipo especial de doação que permite a coleta de apenas um componente do sangue

21. Pela técnica de aférese é possível doar separadamente plasma, plaquetas, leucócitos ou hemácias

22. Mulheres representam menos de 40% dos doadores de sangue no Brasil

23. Anemia é a principal causa de inaptidão à doação de sangue .

24. Para um homem, após uma doação de 450 ml de sangue: o plasma é reposto em 24 horas, os glóbulos vermelhos em aproximadamente 4 semanas e o estoque de ferro em aproximadamente 8 semanas

25. Para uma mulher, após uma doação de 450 ml de sangue: o plasma é reposto em 24 horas, os glóbulos vermelhos em aproximadamente 4 semanas e o estoque de ferro em aproximadamente 12 semanas

26. Ainda não há nenhum substituto para o sangue humano

SANTA CATARINA necessita de sangue, faça sua parte... doe vida

Fonte: www.unimedvitoria.com.br/

http://www.prosangue.sp.gov.br/

www.acispes.org.br/noticias

Um comentário:

Anônimo disse...

Mãe...
Mais uma vez um post belíssimo! Uma verdadeira fonte de informação!!! bjss no coração Lui

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